Israel reduz ataques a Gaza após Trump exigir interrupção de bombardeios

Israel desacelerou a ofensiva na Faixa de Gaza neste sábado (4), depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu que o país parasse os bombardeios em resposta a uma declaração do grupo palestino Hamas de que estava pronto para libertar reféns, seguindo seu plano para encerrar a guerra que já dura dois anos.

Apesar de um início de dia relativamente mais tranquilo em comparação com as últimas semanas, pelo menos 21 pessoas foram mortas em bombardeios e ataques aéreos no devastado território palestino desde que Trump exigiu que Israel interrompesse os ataques na noite de sexta-feira (3).

Ao menos 11 pessoas morreram em incidentes esporádicos, enquanto outras dez, incluindo crianças, foram mortas e várias outras ficaram feridas em um ataque israelense a uma casa no bairro de Tuffah, na Cidade de Gaza, informaram médicos. A ofensiva danificou diversos outros edifícios próximos.

Mais cedo, o Ministério da Saúde de Gaza disse em uma atualização matinal que o fogo israelense matou pelo menos 66 palestinos no território nas últimas 24 horas.

Trump manda Hamas agir rapidamente

Neste sábado (4), Trump declarou que aprecia o fato de Israel ter “interrompido temporariamente os bombardeios” e instou o Hamas a agir rapidamente em seu plano, “ou então todas as apostas serão canceladas”.

“Não tolerarei atrasos, que muitos acreditam que acontecerão, ou qualquer resultado em que Gaza represente uma ameaça novamente. Vamos fazer isso, RÁPIDO. Todos serão tratados de forma justa!”, escreveu Trump em sua plataforma Truth Social.

O Hamas recebeu uma resposta positiva de Trump na sexta-feira (3), ao afirmar que aceitava certos pontos-chave de sua proposta de paz de 20 pontos, incluindo o fim da guerra, a retirada de Israel e a libertação de reféns israelenses e palestinos.

Em Washington, um funcionário da Casa Branca afirmou neste sábado que o presidente americano mandou seus enviados Steve Witkoff e Jared Kushner ao Egito para finalizar os detalhes técnicos da libertação dos reféns e discutir um acordo de paz duradouro.

O canal de televisão estatal egípcio Al Qahera News informou que delegações palestinas e israelenses também estariam presentes para “conversas indiretas” sobre o plano de Trump.

A resposta do Hamas ao plano atraiu um coro de declarações otimistas de líderes mundiais, que pediram o fim do conflito mais mortal envolvendo Israel desde sua criação em 1948 e pediram a libertação dos israelenses ainda detidos no enclave.

Outro possível impulso às esperanças de paz veio com uma declaração de apoio do grupo Jihad Islâmica Palestina, apoiado pelo Irã, que é menor que o Hamas, mas visto como mais linha-dura.

O grupo, que também mantém reféns, endossou no sábado a resposta do Hamas — uma medida que pode ajudar a abrir caminho para a libertação de israelenses ainda detidos por ambas as partes.