A decisão repentina dos Estados Unidos de se retirarem das negociações de cessar-fogo para a Faixa de Gaza provocou uma “onda de choque” na noite de quinta-feira (24) na capital do Catar, onde as discussões aconteciam.
“Isso é um terremoto. Estamos lidando com o tremor secundário”, disse uma fonte com conhecimento direto das negociações.
Autoridades americanas e israelenses já deixaram Doha, e negociadores egípcios também devem partir da capital, de acordo com duas fontes.
Enquanto o Hamas critica a resposta dos Estados Unidos, as negociações de cessar-fogo parecem estar por um fio.
Ainda assim, uma autoridade israelense sênior ressaltou que as discussões “não fracassaram de forma alguma”, pontuando que ainda há uma oportunidade para que as discussões sejam retomadas.
A autoridade argumentou que a resposta mais recente do Hamas estava “desconectada da realidade”, acrescentando que Israel não pode concordar com a quantidade de prisioneiros palestinos que o grupo exigiu que sejam libertados em troca dos reféns israelenses.
Se o Hamas rever essas exigências, a fonte destacou que Israel está preparado para enviar uma delegação de volta a Doha.
Steve Witkoff, enviado especial dos EUA, disse que estava se retirando das reuniões de Doha porque o Hamas está negociando de “má-fé”. O grupo palestino criticou a autoridade americana, pontuando que essa justificativa contrariava as discussões mais recentes.
Após essa declaração, a fonte israelense afirmou que Israel espera que o Hamas “se reconecte à realidade” para que as lacunas restantes no acordo possam ser preenchidas.