Entenda a escalada tarifária entre Brasil e EUA até a taxa de 50%

Após 00h01 desta quarta-feira (6), diversos produtos brasileiros que embarcarem rumo ao solo norte-americano serão tarifados em 50%. Embora o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tenha assinado o decreto que autoriza a nova taxa na semana passada, os conflitos comerciais entre as nações foram desenrolados desde o início de 2025.

O início dos conflitos tarifários entre os EUA e o Brasil aconteceu no dia 10 de fevereiro deste ano, quando Trump anunciou uma taxa de 25% sobre as importações de ferro e aço. O republicano argumentou que essa medida foi tomada para defender a indústria americana, além de proteger a segurança nacional – o que está enquadrado na Seção 232 da lei comercial do país.

Como um dos maiores exportadores de aço para os EUA, o Brasil imediatamente se preocupou com a medida. Em dados, 48% das exportações brasileiras de aço e 16% de alumínio são para o país norte-americano. Apenas em 2024 essas vendas somaram US$ 5,7 bilhões.

Apenas dois meses depois, em abril, o governo norte-americano aplicou a “tarifa recíproca” de 10% sobre o Brasil sob justificativa de falta de reciprocidade nas relações comerciais enrte os países. Outros países também foram incluídos neste pacote de tarifas e a data foi chamada de “Dia da Libertação”.

Em maio, o governo brasileiro foi pressionado pela primeira vez para buscar diálogo com Washington após a Casa Branca aumentar a tarifa de aço e ferro para 50%.

Segundo semestre de 2025

Foi a partir do dia 9 de julho que a relação comercial entre os EUA e o Brasil se estreitou de fato, após Trumo anunciar a tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras. No final do mês, no dia 30 de julho, a Casa Branca confirmou a validação da tarifa e a data para que ela entrasse em vigor: 6 de agosto. Entranto, o anúncio foi acompanhado por uma lista de insenção para 694 produtos, entre eles o petróleo, as aeronaves, o suco e a polpa de laranja e a celulose. Essas mercadorias representaram mais de 40% do valor exportado pelo Brasil aos EUA no último ano.

Alexandre de Moraes e Bolsonaro

Uma das principais críticas do governo brasileiro a Trump teve como fundamento a postura do presidente republicano de misturar as relações comerciais com questões políticas. Isso porque, ainda no dia 9 de julho, Trump citou o ex-presidente Jair Bolsonaro e teceu críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Dez dias depois, sete ministros do STF – incluindo Moraes – tiveram os vistos de entrada nos EUA suspensos, aumentando os impasses diplomáticos.

No mesmo dia em que assinou o decreto da tarifa, Trump também sancionou Moraes sob a Lei Magnitksky. A medida inclui restrições financeiras e de viagem e foi justificada por suposta violação de direitos humanos.