A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) participou, nesta quarta-feira (6), da ocupação da mesa diretora da Câmara dos Deputados, durante protesto de parlamentares da oposição. Em uma cena inusitada, a parlamentar sentou-se na cadeira da presidência da Casa, normalmente ocupada por Hugo Motta (Republicanos-PB), enquanto segurava sua filha, uma bebê de quatro meses, no colo.
Ninguém foi colocar polícia legislativa no Glauber, por que polícia legislativa pra gente?“, questionou Zanatta durante uma transmissão ao vivo no Instagram, onde mostrou a filha, Olívia.
“Policiais legislativos não vão ter coragem de fazer isso com a gente”, continuou. “Quero ver fazerem alguma coisa”, disse a deputada na transmissão.
Parlamentares de oposição passaram a noite no Congresso ocupando as mesas diretoras da Câmara e do Senado. O objetivo era obstruir as atividades legislativas do dia em protesto à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pressionar para que o projeto de lei que visa anistiar os condenados de 8 de janeiro de 2023 seja pautado, além de pedir o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Durante o dia, deputados e senadores compartilharam nas redes sociais a “rotina” dentro das Casas. Vídeos publicados no Instagram mostram o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) dormindo debaixo da mesa diretora.
Outro mostra senadores sentados na mesa com correntes amarradas nas mãos, conversando uns com os outros. Alguns fizeram vídeos na tribuna, local de discurso do plenário, com esparadrapos colados nas bocas, indicando que sofrem uma “censura” por parte do STF.
Ao longo do dia, o senador Marcos do Val retornou ao Senado e exibiu sua tornozeleira eletrônica. A medida foi imposta pelo ministro do Supremo Alexandre de Moraes. O parlamentar permaneceu com um adesivo sobre a boca enquanto colegas de parlamento deram uma entrevista coletiva.