Estudo mostra que 18 alimentos ficaram mais caros devido às mudanças climáticas

Imagem meramente ilustrativa – (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Um estudo internacional mostrou que as mudanças climáticas, com períodos de seca muito acentuados, chuvas em excesso e, principalmente, calor, estão deixando os alimentos mais caros em todos os países do mundo. A lista inclui o café do Brasil, além do cacau em países da África, arroz no Japão, batata na Grã Bretanha e outros. A pesquisa foi feita pela The Food Foundation, em cooperação com o Centro de Supercomputação de Barcelona, mostra que, em média, alimentos saudáveis custam duas vezes mais por caloria do que alimentos menos saudáveis.

O estudo, liderado por Maximilian Kotz, do Centro de Barcelona, analisou 16 casos em 18 países diferentes entre os anos de 2022 e 2024.

No Brasil, o produto avaliado foi o café, já que o país é o maior produtor e exportador do produto, da variedade arábica. Os preços globais do café subiram 55% em agosto de 2024 após a seca de 2023 no Brasil, que os cientistas dizem ter sido de 10 a 30 vezes mais provável devido às mudanças climáticas. Já os preços do café de variedade robusta ou conilon, subiram 100% em julho de 2024, após ondas de calor recordes no Vietnã, que é o maior produtor deste tipo de café.

No Reino Unido, o estudo mostrou que o preço da batata subiu 22% entre janeiro e fevereiro de 2024 após chuvas extremas de inverno que os cientistas dizem ter sido 20% mais pesadas e 10 vezes mais prováveis devido às mudanças climáticas.

Já na Califórnia e no Arizona, nos Estados Unidos, os preços dos vegetais subiram 80% em novembro de 2022 após a seca extrema do verão nos estados do oeste, que sofreram com escassez de água, calor extremo e seca do solo durante o verão de 2022. O mesmo tipo de alimento também subiu de preço no México. O grupo teve um reajuste de 20% a partir de janeiro de 2024, após uma severa seca, em 2023.

preço do azeite, outro produto que teve alta de preços considerável, foi analisado a partir da Espanha e Itália, locais atingidos por uma severa seca nos anos de 2022. De acordo com o estudo, o verão de 2024 promoveu uma alta de 50% nos preço do azeite europeu, principalmente na Espanha.

Os preços globais do cacau ficaram 280% mais altos em abril de 2024, após a onda de calor na Costa do Marfim e em Gana dois meses antes, que os cientistas dizem ter sido 4°C mais quente devido às mudanças climáticas. Juntos, esses dois países respondem por 60% da produção global de cacau.