Mesmo após dois leilões extraordinários de câmbio feitos pelo BC (Banco Central) nesta segunda-feira (16), o dólar fechou no maior valor nominal da história, encerrando o pregão com disparada de 1,03%, cotado a R$ 6,091.
Na quinta intervenção do BC em menos de uma semana, autoridade monetária injetou US$ 4,6 bilhões no mercado de câmbio nesta segunda, mas isso não foi o suficiente para conter a alta da moeda, que chegou a desacelerar, mas continuou subindo.
O real foi a moeda que mais se desvalorizou entre as divisas de países emergentes e entre as principais moedas do mundo.
Além do movimento de desvalorização do real, que segue sendo penalizado pela incerteza fiscal no Brasil, também pesa para a alta do dólar o aumento no fluxo cambial para o exterior nesta época do ano. Em dezembro, são comuns intervenções do BC para dar mais liquidez ao mercado de câmbio, já que a demanda aumenta devido a remessas de empresas estrangeiras para suas matrizes no exterior.
E há um estoque relativamente baixo no mercado. Os bancos estão com aproximadamente US$ 30 bilhões em caixa, segundo dados da Bloomberg, abaixo da média histórica. No pico deste ano, por exemplo, o saldo chegou a US$ 50,6 bilhões em setembro.
Geralmente, com o dólar alto e poucos recursos em caixa, bancos relatam a dificuldade ao Banco Central, que faz a venda de dólares à vista para suprir a demanda do mercado.